quarta-feira, 13 de maio de 2009

Solidão

Estou tão sozinho
E eles nem a companhia da solidão me deixam ter
Estou tão cego
E eles nem o negro do interior me deixam ver
Nem que fosse só por um segundo
Gostava de ser perdido pelo mundo

Estou tão frio
E eles nem o calor do Inverno me deixam sentir
Estou tão triste
E eles nem da minha tristeza me deixam rir
Nem que fosse só para saber
Gostava de experimentar o que é morrer

Estou tão desesperado
E eles nem uma lágrima me deixam chorar
Estou tão farto de mortes
E eles nem com a minha vida me deixam acabar
Nem que fosse só um dia assim
Gostava de ser para ti o que tu eras para mim

Jamais Terei Você

Você olhou bem dentro das minhas fantasias,
e, uma por uma tentou torná-las realidades.
Isto foi algo que ninguém jamais
havia encontrado um jeito de tentar.
Tenho guardados os momentos, um por um,
desde que me conheceu.
Eu sei que jamais terei você, aqui do meu lado.
É por isso que me apego firmemente,
antes que o que é bom, vai-se embora.
Sempre perco o amanhã,
tentando buscar o passado.
Não vou abaixar minha cabeça de pesar,
se você não gosta mais de mim.
Eu vou ficar aqui e lembrar
os mil dias que te amei sozinho,
nas escuras noites de solidão.
Eu vou, se você não estiver do meu lado,
para onde o Sol não brilha mais.
Em meio a uma chuva torrencial,
vou para onde o tempo,
combine com minha face.
Porque sei, que jamais terei você
aqui do meu lado.

Nos Olhos dos Meus Pais

Nos olhos de minha mãe,
vejo um mar cinzento.
Nos do meu pai, um céu com nuvens.
São olhos azuis dentro de uma cara rubra
e nada mais
Nos olhos de minha mãe,
há cinzas de um passado, sempre presente.
São olhos que viram três cabeças
saírem de seu ventre.
São olhos que, como os de meu pai,
viram muita coisa que nós ainda não vimos,
ou fingimos não ver...
São quatros olhos que deixaram de ver,
a alegria de viver.
Nos olhos do meu pai,
eu via sempre uma nau, naufragando.
São olhos que viram a vida como ela nunca foi.
São olhos críticos que gritaram por justiça.
pois nunca aceitaram o pão mofado,
ou aquele que o diabo amassou.
Nos olhos de minha mãe vejo um mar,
fundo...cinzento...revolto...
Dos olhos dela, restam os meus,
dentro da cara rubra do meu pai.

O Sonho de uma Verdade

Vou te levar àquela cidade brilhante,
Para maquiar teu rosto e pintar teu sorriso,
Mostrando só alegrias e nenhuma dor.
E quando você se juntar aos meus sonhos
E brincar com meus jogos
Dançarás as noites e dias sem fim
Toda noite morrerei no meu reduzido contentamento
Deitado no meu futuro túmulo
Enquanto você me trás a água, eu te dou o vinho
Dance os dia e dance as noites sem fim
Abra suas janelas para mim
Deixe-me viver no seu mundo
Deixe-me dormir nos seus sonhos
Mas não partas!
Senão a parede de gelo estremecerá,
E os estilhaços de pratas voarão no canto do seu olho,
Brilhando no Sol poente...
Você já teve a sensação
Que a história é real demais!
E é conjugada num presente louco
E eu estou no palco, e parece,
Que você é a única pessoa sentada
Na platéia do meu coração.